Uma Nova Amiga

        Ontem, véspera de Natal, um conjunto de borboletas brancas adentraram minha casa.
        O céu já estava escuro, podia-se notar as estrelas brilhantes. Algumas mais ofuscantes que outras.
        Antes do fato ocorrido, sentei-me sobre o sofá da sala. Peguei o violão e entoei algo, dedilhando pelas cordas.
        O som inundou o meu espaço, que antes, estava vazio. Naquele mesmo segundo, adentrou uma pequena borboleta branca.
        Ela sobrevoou ao redor e pousou sobre meu polegar por um minúsculo espaço de tempo e se pôs ao meu lado no sofá.
        Falei para mim mesma em pensamento: "Continue sua canção. Não se mova. Finja que não a viu. Assim, ela ficará mais confortável e permanecerá".
        Segui dedilhando, me mostrando externamente indiferente, mas com menos movimentos bruscos, para não afastar a minha nova amiga.
        Meu coração estava feliz por recebê-la em meu lar naquele momento.
        Em mais alguns instantes, outra borboleta branca apareceu e se assentou próxima àquela.
        Minha voz acompanhava os dedos sequenciados no instrumento, que entravam em sintonia com tudo que estava presente.
        Mais borboletas inundaram minha casa. Eram brancas e, por algum motivo, trouxeram algo bom.
        Esse algo invisível aos olhos, mas nítido para a alma, transpassava minha pele. Senti que estava em minhas veias.
        As borboletas bailaram junto com as notas que nasciam em harmonia.
        Quando finalizei minha canção, elas pousaram por toda extensão de meu corpo. Cerrei meus olhos e permaneci imóvel.
        Um sentimento de gratidão me invadiu e eu pude sorrir.
        Ao abrí-los, eu não podia mais vê-las, mas sabia que elas estavam aqui e assim permaneceriam.

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